segunda-feira, 14 de março de 2011


Eu não quero seguir um caminho já traçado
Estou cansada de ouvir que o que faço é pecado
Eu quero ser livre sem passar fome
É triste a discórdia entre a natureza e o homem
Liberdade que tardia
Para uma vida vazia
A garrafa já secou
E amanhece outro dia...

Maldita.
Maldita competição humana.
Maldita sede selvagem pelo melhor e maior consumo.
Maldito dinheiro disputado pelo mundo inteiro.
Maldito desemprego.
Maldito emprego.
Maldita fila de espera.
Maldita falsa esperança.
Maldita agonia.
Maldito choro.
A nossa maior maldição é correr;
Correr atrás do prejuízo;
Arrebentando os laços do que é realmente justo.
Qual é a sua luta?
Qual é o seu desejo?
Como é a sua vida?
Como será a sua morte?
Não banque o fraco, muito menos o forte...
A vida tá aí e o que é que restou pra gente?
Tudo tão banal...sexo, dinheiro e um sorriso sem dente
Tô cansada de ouvir falar...
Eu quero ver essa porra mudar
Até a humanidade parar de se matar...
O fraco, o forte, o gordo, o magro
A bela, a feia, o silicone, as tetas
A cicatriz, o buraco
A tempestade que deixou um rastro...
Qual será a nossa morte?
Qual será todo o fim?
Não tente dizer o que é certo
Não tente colocar suas idéias em mim
A vida tá aí e nada consta
A natureza reage e você só demonstra
Que o “sonho americano” te dominou
Estupraram sua mente
A humanidade acabou.

Assim eu sigo escrevendo
Entre os dedos eu vou remoendo
Utopias, nostalgias e um dia que não durou nada
A grama continua ali, parada
Verde e molhada
E eu aqui sentada
Vangloriando um dia nublado
Um céu barulhento
Tentando dizer algo
Mas ninguém quer saber o que é
Porquê é mais importante para um pobre imbecil
Olhar para o próprio pé.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Água, útero e desejo.

Assim como a água
Venho uma leve correnteza
Ou uma terrível tempestade

Uma água escura por ser muito profunda
Poucos são os que se arriscam a mergulhar
Chegar ao fundo
Talvez lá você encontre uma terrível quimera ou uma doce sereia
Mas provavelmente você vai ficar na superfície
Supondo coisas que não sabe
Por simplesmente não conhecer.

[B].ee

Eu gosto de você
Mesmo que você
Não seja feito pra mim
Os homens te desejam e você prefere eles
ó doce travesti

Boca de luxúria
Dá prazer e medo
Atrás de uma 'perfeição' máscula
Feminilidade em segredo

Um ser belíssimo
Ser em mistério
Seus olhos me seduzem
Seu corpo me tira do sério

Suave travestido
Beije eles por mim
Que você e seus amantes
Gozem até o fim.

[A].qua

Amante com gosto
Desprovido de fidelidade
Fatal apego sugere fatal saudade

Ainda sim existe amizade
O conforto de uma amizade
Um laço carnal, divergências carnais
Gozadas fatais

Saindo do abismo
Lá do fundo do mar
Meio peixe, meio paixão
Uma gota amarga de tesão
Escorre do teu corpo pra minha boca
E me preserva numa imensidão de nostalgia.